sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Os buracos negros

Ele acha que o pai o amou "demais".
Esta frase é tão própria de quem é muito carente.... Então ele amou mulheres, umas atrás das outras. O pai levou-o da mãe, dizendo que precisava dele a seu lado como uma muleta.
Ele tirou um curso que o pai desdenhou. O pai entrava no quarto quando ele lá estava com a namorada da ocasião na cama. E sentava-se . E conversava. Depois o pai morreu, como já esperava que cedo sucedesse e, claro com o filho ao pé. Esse filho lá ficou ao vento numa terra detestável a chorar e sem nenhum ombro para chorar. Casou com aquela mulher que nunca desistiu dele. E a família dela acolheu-o como um filho mais. E ele continuou, mulher atrás de mulher, a tentar preencher aquele vazio horrivel. Do tamanho de um buraco negro. Sem fim. Ao mesmo tempo sabe que aquilo não está certo, quer desligar-se da que o acolheu mas não consegue. O medo é medonho. Do tamanho de um buraco negro. Mas durante este tempo todo , esta vida, vai sempre auto violentando-se. Ano após ano, mês após mês, dia após dia. Faz o que não quer , faz o que lhe pedem mas no fundo não gosta. Define-se como hedonista mas vai tendo os enfartes, um atrás do outro, por o corpo não aceita aquela antinatura. Até que vai morrer. Um dia destes. Ou há uma réstia de amor próprio ou então poderia pensar em ser feliz comigo.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ir à missa, estar na missa, ouvir missa.

Consegui perceber hoje o interesse de ir à missa. Não, não é só catrapiscar os rapazes.

É comungar.
Comungar das mesmas crenças, ter o mesmo gosto, prazer, numa actividade de grupo.

Foi o que senti nestas últimas andanças do coro. Fomos a Olhão, como faz parte da tradição do coro na época de Natal. A igreja é linda. Pequena, com imagens enormes quase do nosso tamanho e uma talha dourada magnífica e riquíssima. O som era divinal. a reverberação , como dizem os entendidos.

Mas o convívio ....deixou-me a pensar. De repente senti-me em família, falava e todos me entendiam. Falavam e eu entendia. Rimos até às lágrimas. E ajudámo-nos. Sem invejas. sem ambições.
Sem as crueldades, inevitáveis, próprias dos nossos familiares mais próximos.
Dormi com uma colega que nem conhecia e, numa cama de casal.
O êxito que tivemos, a ele já estou habituada. Aquilo soa mesmo bem, quando cantamos. Não há volta a dar.
Fui tão feliz nesse fim de semana.

Ter uma actividade fora da família e do trabalho é maravilhoso.
Sobretudo comungando com outras pessoas.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

a minha mãe e o meu pai

Ontem fiquei em pânico , achei demais uma semana e meia a Susana não estar completamente restabelecida da gripe. Primeiro fiquei com a cabeça como um capacete ( tensão alta) depois faltaram-me as forças nas pernas. Pensei. Calma. Deixa de ser a super mulher. Concentra-te no que interessa. Tinha acabado de receber uma notícia. Mais uma filha de um amigo meu que faleceu, esta com 24 anos, durante o sono. Telefonei à minha mãe. "Mãe, preciso que fique com a Madalena. Depois vou buscá-la. Tenho que ir com a Susana à médica". "Está bem filha, fica descansada".
Entretanto já com a Su no carro passei pela ginástica da Parede. Lá iam os dois, um velho muito jeitoso e com muita classe e a minha filha mais nova, linda, os dois de mão dada. Um coxeava, a outra saltitava. Apanhei-os na passadeira. O meu pai depois de eu apitar, não me reconheceu e puxou a Madalena porque não gostou muito que ela estivesse tanto tempo parada a falar com quem ele não conhecia. Chamei-o "Pai", e expliquei-lhe o que já tinha dito à minha mãe. "OK , disse ele, eu levo-a para minha casa". "Fica descansada". E lá fomos.
A Susana deve ter mononucliose. Hoje fui com ela fazer as análises e antes às 7.45h deixámos a Mádá na escola com a sua lancheirinha cheia. Adeus! Diverte-te! As melhoras Sushi!

O que vai ser de mim , sem os meus pais?

Concentra-te.

Ainda os tens.

E depois hás-de fazer bem e o melhor que sabes, também em memória e em honra deles.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

As invejosas

É.
Quando eu namorava o meu namorado ele era muita feio. Parecia monhé. ehehehehe.
Agora que me divorciei. Ahhhh o teu ex marido é cá um borracho!. Ahhh o meu cunhado é um homem muito atraente. Ah o teu ex depois de ter cãs ficou muito sexy.
Agora que estou muito feliz, sempre que arranjo um namorado..... ahhh pois, é uma cara vulgar filha, muito vulgar mesmo, ahhhh a filha morreu? ai, nem fales nisso Nita , por amor de Deus. Ah parece velho, não é ? , não é? , parece velho Nita.
Pois é pois é.
E agora juram a pés juntos que sempre acharam o meu ex marido lindíssimo e muito boa pessoa. Claro não era o que me diziam quando eu estava casada. Mas adiante.
Raios as partam.
Ainda fazia tenções de apresentar a alguém mas não vale a pena. Só dizem mal. Não percebem como é que eu posso estar bem! Mas que raio , como é que aquela filha da mãe , está bem, as miúdas estão óptimas e ainda namora?

Sabem porquê?

Porque de facto eu era uma má pessoa quando era invejosa. Quando , na minha frustação de ser infeliz desejava que os outros estivesssem mal e quando estavam sentia uma verdadeira pena deles e uma alegria mal contida de poder ajudar alguém com problemas. Era uma Santa nessa altura.
Agora , já não estou frustada, sou muito feliz e não tenho inveja de ninguém. Quando alguém está mal, fico mesmo danada de aflita e FAÇO mesmo qualquer coisa. Não fico a choramingar.
Hoje sou uma pessoa melhor. E por isso não posso mentir : não gosto de vocês, mulheres invejosas da minha vida. São as mulheres mais feias e menos sexys que conheço.

Sabem o que eu precisava? Era que me perguntassem se ele paga, se eu precisava de alguma coisa, de ajuda, de dinheiro. Não têm esse dever, mas fazia-me mais falta do que comentários sobre os meus namorados. Ou sobre, como ele é boa pessoa. Disso, sei eu e as minhas filhas, melhor que ninguém.

E....quando eu um dia soçobrar, tiver um AVC ou um cancro, vão dizer, ahh! afinal não foi tudo cor de rosa, estava a ver se aquela gaja saía bem nisto tudo. E agora? como vai ela fazer? É o namorado que a vai ajudar? Coitadinhas das meninas sempre foram umas infelizes. Mas....eu terei amigas e amigos. E claro em primeiro lugar as minhas filhas. Se elas não puderem , não sou mais que os outros.

Como dizia no outro dia, se acabar a viver com um companheiro o mais certo é ser eu a tratar dele ( é o comum) mas se for eu a ficar incapacitada 1º sou largada rápidamente num lar ranhoso , pois um homem coitado como conseguiria?

Não, não estou ressentida, muito ao contrário. Acho que estou é lúcida.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A greve dos reformados

Hoje é o dia da greve dos reformados.
Não vai ninguém buscar os netos à escola.
Sopinhas e tupperwares de comida nem pensem.
Jantarinho lá em casa , fora de questão.
Lavar a roupinha da filha divrociada? Tem paciência....
Ir ao correio levantar a carta registada? Amanha-te filho.
Ai precisa que lhe trate dos canos. Estão a deitar água? Chame desses novos...são muito caros por isso devem ser bons.
Ai o menino está com febre? Fico muito preocupada. Melhor ficarem em casa a tratar dele.
Precisa de jardinagem? Uma cabrinha?
Solas nos sapatos? Nada como o Centro comercial.
Querem conferências? De quem tem conhecimentos? Nem a peso de ouro. Vão à net. Lá aprebde-se tudo.
Esqueceste-te da chave de casa? Ó filha aproveita. Faz uma caminhada ao luar.

Ó mãezinhaaaaaa....

Palestina

Estou chateada. Muito. Andam homens a brincar com joguinhos de póker e de roleta financeiros e que no fundo se traduz sempre naquela desgraça que caracteriza alguns homens que é o sentirem que têm um grande p.... e, outras pessoas vão ajudar os que mais precisam , arriscando a sua própria vida e stressando o resto da família que está sempre à espera que um dia que lhe deem um tiro e venha numa caixa para casa.
Vi um pequeno filme sobre a Palestina. Não há água potável e um miúdo de dois anos ia ser novamente operado aos rins . Apaguei a tv qd lhe sobem a camisa e se vê a 1ª cicatriz. O que fazem lá aqueles pais? Porque não fogem para Portugal?

A comida e a água são a primeira necessidade. Depois poder fazer xixi. Depois não ter frio. Depois poder dormir.

E mais nada. O resto são filmes que já conhecemos, sobretudo na nossa idade. Que muitos responsáveis por decisões importantes no mundo se drogam e fazem orgias pagando fortunas. O que mais me chateia é ver às vezes pessoas ditas públicas que até gosto e depois se descobre que são pedófilas e tomam coca , etc.

É uma chatice. Acabo por me voltar para os meus amigos. Para o meu pequeno mundo.

Já estou cansada desta tara que alguns homens têem : território, armas, drogas, prostituição e pedofilia.

Acabe-se com a droga. Plante-se comida. Sem droga, as armas diminuem logo. A pedofilia, e a escravatura têm que ser combatidas pessoa por pessoa. Arranjem-se brigadas para descobrirem. Eu alisto-me.
Aos violadores adopte-se em todo o mundo a lei universal da castração química. Pelo menos já não continuarão a violar mais ninguém.
Faça-se também uma lei universal a acabar de uma vez por todas com os sprays para aquelas pinturas murais, horríveis, feias, sem gosto, salvo rarissíssimas excepcções que não justificam a javardice que se faz nos prédios e muros. Pintem com latas de tinta.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Não era nada disto que eu queria escrever

Não era nada disto que eu queria escrever. É sobre um artigo da Clara Ferreira Alves sobre as escravas que são trazidas de Marrocos para Espanha para a apanha dos morangos, quase 6 meses no ano. Escolhem as novas e que tenham filhos. Para terem a certeza que regressam ao pais de origem. A Espanha, um país que eu tinha como rico, também tem destas coisas. E nós com os contratos falsos de mão de obra na construcção civil.
Enquanto não for abolida a escravidão, não chegamos a lado nenhum. Deixemo-nos de falsos moralismos.

Escrevo muito acerca da vida das mulheres, porque ainda sinto , que hoje, em qualquer tipo de idades, há casais em que a mulher continua ou a assumir ou a ter contra sua vontade o papel de escrava. Como modificar isto? É ter filhos de um ou outro, mas não viver muito tempo com a mesma pessoa. Mas eu , ainda hoje, tenho que levar o meu ex marido a tribunal, porque não paga o que a lei estabeleceu. Porque no fundo dele, na sua mente, eu tenho que suportar certas coisas e ele ser aliviado delas. Foi sempre assim que ele viu.

Imaginem :

......eu tenho dois filhos um com 3 e outro com 6 anos. Chego a casa às 9 da noite afogueada ( "rôta") e recebo um telefonema. E digo cheia de alegria ao meu marido : "Ó Xico , a Nanda telefonou-me agora, vamos ver o Tony Carreira, ela arranjou bilhetes para mim e para a Migú e para a Xana. Eh pá Xico, aguenta-te com os miúdos, tá?. vá lá, ó pá , é uma oportunidade única. Nem elas me perdoavam se eu não fosse, iam logo dizer , pois o Xico manda em ti, atrofia-te. Obrigada, Yessss. Vou-me já vestir! Olha amanhã tens que ser tu a levar o Bilocas à natação que eu vou preparar com o pessoal do trabalho a festa de despedida de solteira da Marília. Compraste o filme dos Transformers III? Quando voltar ainda vou para o computador fazer serão. Dá cá uma beijoca! Xiiii a cozinha está nojenta, eu nem entro aí, tens que dizer à dona Alzira, que isto não pode continuar. Ainda tenho o pulso aberto do ténis. Tenho que comprar outra ligadura que esta não presta."

Imaginem............

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

What a difference a day made

Cheguei a uma conclusão. Custou-me e ainda me custa. Não por mim. Pelas minhas filhas. Penso que a grande maioria dos pais gosta de ter filhos, gosta de fazer progamas com os filhos, fotografá-los até, mas não gosta de viver com eles. É uma chatice. Os pais. As mães não. Não têm nada a ver.
A mulher depois de ter filhos, espera que compensado o facto de não estar tão sexy , seja admirada eternamente pelo excelente papel de mãe e de dona de casa que desenvolve entusiásticamente, dinâmicamente e muitas vezes transbordante de amor ( e de inteligência). Mas descobre com o passar dos anos, que só as mulheres, as amigas a admirarão. Nunca , nunca, um homem.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

e agora como continuar?

estou à espera de 38 euros que não me foram transferidos na pensão alimentar mensal.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Os Niilistas

Numa época como a nossa, democrática, pacífica, sem polícias secretas, inventam uma profissão de perseguidores, utilizando tudo o que encontram.
Alguns desabafam fazendo de juízes inexoráveis, cruéis. Outros dedicam-se a actividades financeiras de rotina. Muitos dedicam-se à delinquência ou estão relacionados com ela.
Outros encontram uma colunazinha do jornal onde atacam sádicamente escritores, intelectuais, artistas. Há alguns críticos deste género que destroem com as duas palavras, com os seus textos, qualquer obra que caia nas suas mãos. E quanto mais o outro tem valor e mais merece, mais lhe batem, o insultam, o difamam. Não podendo descarregar o ódio com a fogueira, satisfazem-no com a calúnia.
O que os une é a total falta de respeito pelo vosso trabalho, por aquilo que construíram com muito trabalho e dedicação. E são felizes vendo-os sofrer.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O cinzento está sempre na moda

É verdade , qualquer revista, ou programa que vejamos e moda ou decoração assim o dizem.

Por isso também eu de vez em quando estarei na moda.

Há dias em que me decoro de cinzento : ver mails de carianças mortas no chão como bonecas atiradas ao acaso.

Perceber a autoridade de um chefe é também muito early grey. Por um lado de vez em quando exercem o seu poder, fazendo-nos lembrar de forma autoritária, crítica ou de humilhação pública, de quem é que manda ali. Mas, ai, que se sentem sós, estão em open space, caneco, até mexer no nariz é impossivel e, querem amigos, querem conversar, então, dirigem-se para os "colaboradores" de forma inequívoca, do género, sabem onde fui ontem ontem? ou, leram o que o Expresso publicou?, eu acho de uma ignonímia isto aquilo.E, se por acaso conversamos com o chefe de igual para igual dando a anossa franca opinião levamos com um rol de moralismos em cima. Ámen.
O cinzento torna-se escuro quando temos ideias. Ó Ó, deixe lá isso, é assim que fazemos, e está muito bem, isso só ia lançar confusão, deixe-se de ideias. Ou cinzento avermelhado quando nos contrariam no que estamos a dizer com sobranceria . pfffff, nada disso, está muito desactualizada sobre esse assunto, eu já fui a várias reuniões ( e não disse nem transmiti nada!).

E, ainda ontem tomei banho na praia. E, a minha filha mais velha cada vez , cada vez a vejo menos. Já lhe pergunto, mas jantas cá? Meu amor.
Isso torna o ambiente cinzento claro. E quando amparo os tiros da Madaelna, furiosa porque lhe corrigo os trabalhos, mas, vejo os olhos dela perderem a fúria quando explico que o dever de um pai é ajudar a filha ainda pequena nos trabalhos de casa, o cinza torna-se clarinho.

Percebo que temos que voltar a ter a família como o elo da sociedade. Espremo-me a pensar....como vai ser isso conseguido de volta?
Não sei.
Sei que tem a ver com comprometimento, compromisso...para o bem e para o mal. Não criar "tanto" os nossos filhos, deixar isso a amas?. Não me parece. O amor é o início. Se a criança o sentir de forma inequívoca, tudo se salvará.

O branco também fica bem com o cinzento e o vermelho fica um must. A paz, a tristeza e a alegria.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Amar juntos e livres

Hoje é assim. Temos este paradoxo. Queremos amor, amor fiel, pedimos à outra pessoa para abdicar das suas coisas e se juntar a nós, incondicionalmente. Amamos muito e queremos ser amados com a mesma reciprocidade. Mas, como uma parte mais esperta, mantenho cativa a minha liberdade. Quero pedir ao outro o seu amor incondicional mas, o ideal é eu manter a minha liberdade o mais intacta possível. Não abdicar de fazer as mesmas coisas que fazia, continuar com os meus amigos, com os meus hábitos.
Ah, bom!!!!Pois é! E se o outro pensar da mesma forma.....divórcio.

Depois, temos que amar o nosso corpo e fazer dele o que bem queremos. Mas, se outros não o amarem, é o vazio.

Ainda há que gostar de nós próprios, profundamente, sem precisar da apreciação dos outros para ser feliz.
Ora, não preciso dos outros para gostar de mim e ser feliz.
Então, os outros também não precisam.
Ora bolas. Então, lá vem o vazio outra vez.

Pois eu já tive a minha liberdade, desde o dia em que me separei. Sempre abdiquei dos meus hábitos para a família. Só dois deles não foram totalmente eliminados. A psicanálise, e, precisar de um café de manhã.
Já me dedico- desde que me separei e pelo meio quando vivi 3,5 anos junta com o meu marido, mas sem sermos marido e mulher- de alma e coração às coisas das quais gosto profundamente.

Mas, continuo ainda a gostar mais das pessoas. E do amor. Quando amo, abandono sim , os meus hábitos, deixo sim, os meus amigos um pouco mais de lado, sim, falo menos com a minha família e sim, tento estar o mais possivel com o meu amor. Só assim faz sentido sentir a felicidade do amor. A liberdade, saboreia-se quando estamos sózinhos, nem que seja por algumas horas. Como agora, quando escrevo, algo de que gosto de fazer profundamente.

As minhas filhas no entanto, ocupam um lugar no meu coração muito especial, que o incha, contrai, aquece, arrefece, e, deste modo tornam o meu corpo e a minha mente saudáveis. Vivos.
Atentos para os outros. E para mim. Porque quero estar aqui. Viva.

Gosto tanto de viver, que poucas pessoas sabem disto. Quando era ainda jovem, mas adulta, já me quis matar, já muitas vezes quis morrer, mas sempre quis mais viver, lutar para viver e, mais que isso, ser feliz. Claro que quando revejo isto nos outros, toda me comovo e me chego a eles. É como um elo. Nesses momentos sinto o que pode ser uma alma gémea.
Os gémeos. Amam e são livres juntos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Os hábitos

A pessoa apaixonada encara uma vida nova, quer renovar-se a si mesma e o mundo, está disposta a mudar e pede ao amado que faça a mesma coisa. E, normalmente, o amor acaba, quando voltam a aparecer os velhos hábitos que, na fusão entusiástica do enamoramento, pareciam ter desaparecido.

Todos os que tiveram que enfrentar uma mudança tão profunda por necessidade, por amor, por um ideal, conseguiram o seu objectivo com um trabalho paciente, dia após dia, dominando os seus próprios hábitos, e minuto a minuto, como um actor em palco, como uma bailarina que molda o seu corpo na dança.

Se se tivessem abandonado à pura "espontâneidade" teriam ido por água abaixo.
Podemos ser sugados pelos nossos hábitos, e, para avançarmos mais, para vermos o mundo com a frescura de uma criança, temos que estar prontos a combatê-los, com absoluta determinação.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O ninho

Lá em casa tudo normal. É tão bom.
Esta sensação de paz e alegria.

Um cortinado está passado a ferro. A outra metade não está.

Cada vez mais adoramos o gato. Até à Susana já apanhei a desfazer-se em adjectivos com ele.
Ao gato os dentes caem-lhe no chão. Parecem um dente tipo tubarão assim em triângulo com um vértice para cima. Depois tem três pernas. Ou pernes.
Tadito.
A casa cheira bem , a casa do gato foi posta na varanda. A varanda é que está diferente . O gato tira um pedaço de terra dos canteiros e guarda os seus "tesouros" em montinhos.

A refeição tabulante é uma constante ao jantar. Ás vezes tento coisas como arroz de alho francês. Come-se bem, mas as milhas filhas olham para mim com atenção não esteja eu já xéxé e elas não tenham reparado.
No fim dizem que eu cozinho muito bem, não vá ficarem sem ninguém para lhes fazer as refeições. Criança sofre...

As três descalças : eu a limpar a cozinha, a mais nova pergunta por tendões, a mais velha pergunta à queima roupa - A é equiprovável com B, C tem metade da probabilidade de A. Quanto é A, B e C? Bom, filha, nada como um sistema de equações. Tens é que usar uma equação que some todos. "AHHH! já sei". O que vale é que ela é muito inteligente.

Já à Mádá tenho que dizer com muito tacto que não temos rétulas nos joelhos, nem extremos entre as costelas. Lá a sentei e fiz estudar a ficha. "Nunca pensei que conseguisse decorar isto tudo".

Mas à noitinha depois de retirar meticulosamente o buço à Susana ( melhor que a depiladora, porque eu uso óculos e por isso vejo bem), ficámos boquiabertas a olhar a toalha que a Madalena trazia enrolada à cabeça.

Depois de aplicado o Stop-Piolhos feito de dimeticona, passada uma hora era vê-los, mortos, asfixiados.
É verdade. Pela primeira vez, não os vi, vivos, a saltarem, atordoados, mas sim mortos!!!!
Olhámos radiantes. Que excelente remédio. Qual será o efeito secundário?

E deitámo-nos cedo, eu a espreitar a minha conta a ver qd subia dos 200 euros ( hoje já subiu :-)), a Madalena estafada da natação e a Susana muito feliz, muito contente, apaixonada.

A casa adormeceu repousada.

Et la vie continue

Sempre disse que não era inteligente. E é verdade. Sou muito de intuições, percepcções e afectos mas sou extremanente racional em assuntos que considero vitais, como a integridade física e moral das minhas filhas e, a respectiva felicidade.
Quanto a mim, levo algum tempo a entender porque não estou satisfeita, mas quero muito estar satisfeita e, depois, ponho-me a fazer o pino a pensar porquê, se é por ser gorda ou feia, ou mole, ou ter óculos, ou não gostarem de mim, e, só mais tarde admito que o problema pode não estar em mim. Como foi o meu caso de um ano, em que vivi apaixonada, vivi para a outra pessoa e, só mais tarde me apercebi quão sádica era aquela paixão. Depois, infelizmente, tudo se fez luz. Mas isso só acontece quando saímos da clandestinidade. Que era o caso em que eu estava.
Por exemplo as minhas filhas. Conhecê-las e estar com elas era chato e compromisso e, não lhes ia fazer bem. Eu deixá-las, não estava certo. A mãe dele não acharia bem.
E lá ia eu , confiante e a confiar, para um sítio que difícilmente se pode chamar casa, ou , um lugar limpo e digno para uma pessoa. Parecia o castigo. Ele estava de castigo. Portou-se mal. Ou então. Vou para aqui amuado. Aqui ninguém há-de querer entrar. Ou. Vejam o meu sacrifício. Eu via. Mas acho que MAIS NINGUÉM via. Ou. Talvez. Alguém é capaz de me vir buscar?

O que eu digo é, amem quem realmente gosta de vocês. Não é gostar como os drogados gostam. Estão ali , sorriem e falam connosco, mas estão nas tintas para o facto de sermos nós. Podia ser outra pessoa qualquer. São completamente desapegados. E, se ajudar quando é precisa, melhor.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Passou

Pronto, scsssshhhhh, já passou. Está tudo bem. Ouvi a voz da minha filha mais velha e tudo vale a pena.

Há agora um mail - já antigo, tem cerca de um ano - regressado, que faz a ironia entre o tempo de antigamente, das mulheres que esperavam carinhosamente pelos maridos à noite, não trabalhavam fora de casa e podiam cuidar delas e da casa e familía.
E, mais ou menos termina com isto : se não fossem as mulheres quererem a igualdade, nada disto tinha acontecido, os divórcios, o trabalho, as correrias, a cama vazia.

Lembrei-me porque estudei. Os meus pais eram a favor. A minha mãe tinha uma grande mágoa de não ter estudado mais. No entanto o meu pai ( tal como mais tarde o meu irmão) fez questão que a minha mãe abandonasse o Banco onde trabalhava, assim que casaram.

Bom, as mulheres começaram a estudar. E, depois claro a quererem aplicar o que sabiam. A quererem contribuir para o progresso e engrandecimento do país.

Mas, na minha esquizofrenia, ( por acaso não tenho ) vejo ao longe uns homens que construíam casas. Os construtores civis. Começaram a fazer contas de cabeça.......Et voilá. Fizeram-nas bem . Não há dúvida, hoje só com os dois a trabalhar se consegue uma casinha. E esta crise? Será mesmo do Petróleo? Só ? Naaaa. É também do negócio das casas, uma obscenidade o custo de aquisição de um bem essencial para a dignidade humana. E alugar? Por mim estaria muito bem!!!! Mas não há casas para alugar.

Impasse

Hoje estou danada. As coisa não correm como eu quero. São as calças que estão apertadas. Engordei e já não estou com muito bom aspecto. Ginástica? Nutrição? As duas. Dinheiro. Não tenho. Quero um PC, um Ipod, uns sofás, uns canos novos debaixo do lava loiças , uma torneira posta.

Não estou bem com a minha filha. Não me trata bem , com carinho e atenção. Sinto-me às vezes que ela me trata como a sua secretária particular. Detesto. Enraivecida apetece-me afastar.
Mas sinto tanto a falta delas. Como se não me apetecesse fazer nada. Não tenho vontade de fazer nada. Só ir limpando afanadamente e depois ir deixar-me cair numa cadeira, sofá, cama.

Há três meses disse a uma colega minha de quem gosto muito. Estás mais magra. Hoje sei que tem cancro. Merda. Merda. Quem fuma assim já sabe que é inevitável. Então porque fumam?
Eu sei , é uma muleta. Eu uso outras. Tomo comprimidos. Parece-me melhor, do que inalar fumo durante uma vida, para um orgão nobre como são os pulmões, em vez de ar puro.
Estou cheia de raiva.

Por outro lado sinto-me feliz. Feliz porque me têm amado, dado atenção, carinho, alegria. E eu também amo. E quero-o muito. Mais do que alguém pode imaginar.
Mas está tudo errado. Porque de facto tenho sido uma cega. Agora, tenho visto, pelas filhas, como as minhas também sofreram e sofrem com o divórcio. Estou furiosa comigo. Como pude pensar, estupidamente, que elas estão na maior, e que já reagem bem. Vão sempre sofrer. Hoje não consigo ver as vantagens. Sei que há. Mas hoje não consigo. E depois, verem os pais a beijarem e a acarinharem outra ou outro.....é tão mau. Tão embaraçoso. Como quando vemos os amigos beijarem-se na boca. Parece sempre que estamos ali a mais. Ou, que sem nós, estariam bem concerteza.

Mas, voltando às filhas, tenho sido permissiva. Um mau exemplo. Hoje não saio daqui.
Vou começar por uma coisa aparentemente fútil.
Vou emagrecer.

Porque eu não vou conseguir nunca melhorar o sofrimento delas, porque elas têm uns pais que não se falam. Não dirigem a palavra. Não falam ao telefone.
Por isso é que eu o odeio muitas vezes. Quando lhe envio mensagens e não tenho qualquer resposta. Choro, não é bem por mim, porque eu só sinto afastamento, dói-me é o que elas sentem , pois eu sei que elas sabem do comportamento dele. Podem pensar...eu adoro o meu pai, que fez a minha mãe de tão terrível que ele nem lhe fala?
Chamei-lhe um nome. Foi isso. Um nome.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vestir o hábito.

O meu irmão arranjou emprego. Estou muito feliz.

A minha grande, grande grande grande amiga, dizia, pois dão-lhes o subsídio de desemprego e olha para isto, fiacam a mandriar um ror de tempo.

Ela é médica e difícilmente a despedirão. Ele era director de uma fábrica de uma multinacional e fácilmente o despediram.

Eu sei, pois, ele é meu irmão. Mas... ponho-me no lugar dele. Fora desse lugar, criticava-o, ele está a envelhecer a embrutecer, devia aceitar qualquer coisa, mesmo que paguem muito menos que interessa.....

Mas....ponho-me no lugar dele. Ele é uma pessoa. Tem a sua formação. O seu gosto. O seu sonho. Foi errado segui-lo? Mesmo que isso implicasse esperar um ano? Claro sempre com a consciência da sobrevivência económica dele e da família.
Quem é que pode dizer seja o que for do meu irmão?????

Não. Ele é um exemplo. A seguir. E, de facto , não se podem pôr as pessoas todas dentro de um mesmo saco, como se fossem um grupo rotulado, classificado, identificado. Como maçãs. Ou amostras de sangue infectado. Porque são pessoas.

Há outros que são preguiçosos e vivem à custa do subsídio de desemprego? Há. E isso justifica , retirar o subsídio ou, atacar quem o recebe? Não.
Ora, sejam sinceros, vejam à vossa volta, mesmo em casa, na família, nos amigos, há tanta gente que conhecemos que vivem à custa dos pais ou dos conjuges ou de alguém, e que não fazem nada.

Também me questionei outra vez sobre o referendo do aborto. Eu sou totalmente a favor da legalização do aborto. Mas, como explicar àqueles de quem gosto, o porquê?. E, de facto, o que eles defendem também concordo. Mas, não deixo de ser a favor da legalização do aborto. Em Portugal, claro pois sou portuguesa e apesar de já não ter direito ao meu escudo, ainda vivo numa nação típicamente portuguesa.
Como o decidi?
Pus-me no lugar das mulheres que querem fazer abortos. Revi aquelas que levam porrada se o marido descobre que estão a tomar a pílula. Daquelas que estoiradas ou etilizadas se esquecem de tomar a pílula. Daquelas que claro , gostam e querem ter sexo, mas , já têm filhos que chegue e querem é criar como deve ser os que já cá estão e são uma realidade.

Não falei nos homens. Não consigo. Lá está. Aqui , não consigo pôr-me na pele deles. Dou-lhes tanta atenção como eles dão a uma mulher que no grupo deles está a falar de futebol.
Só daqueles que fazem parte de casais que tentam desesperadamente ter um filho e, por motivos de falta de fertilidade, consideram a concepcção, um milagre.

Lembro ainda restos da conversa, " a questão é, a mulher por abortar deve ser ou não presa? , esta é que é a questão. mas ora, nós sabemos que nenhuma era presa, por isso isto nem é questão".
É verdade, não sei de mulheres que tivessem sido presas. Iam ao estranjeiro, a enfermeiras conhecidas, a vizinhas, a conhecidas apenas, auto abortavam e, de facto, não eram presas. As que faleceram, essas então não foram presas concerteza. Aquelas que estavam grávidas e que levaram um pontapé nas costas e cairam pelas escadas abaixo, dessas também não sei.

A cauda do cometa

Os casamentos nunca acabam, dizem.

No meu caso ainda perdura muito em sonhos.

Dizem , que os sonhos são , na maioria dos casos, vivências que tivemos e que são finalmente " aceites" pelo nosso imo.
Ou que projectamos.
Uns que tive em grávida eram horríveis, de tão reais que pareciam.
Uns que tive em pequena eram horríveis, de tão verdadeiros, fruto da relação com o meu pai, mãe e irmãos.

E ontem, "despedi-me" de algumas coisas que perdi com o divórcio.
Revi os meus grandes amigos, com quem tive saídas regulares muito divertidas e que incluiram festas, viagens, jantares, estudo. Casámo-nos quase ao mesmo tempo e tivemos os nossos filhos quase ao mesmo tempo. Fomos uma grande família.
Ontem, então, ia num barco tipo iate, bem grande, um amigo meu anda de bicicleta na água com o filho mais velho e depois foram recolhidos no barco. A minha amiga Cris, tocava piano de uma forma virtuosa e quanto mais enérgicamente tocava, mais depressa andava o barco. Não estava tranquila e senti-me sózinha, pois apesar de tolerarem a minha presença, senti um elo mais profundo entre eles do que comigo e eles.

Mas, a vida é formidável. E uma coisita, chamada facebook, levou a rever-nos ( almoço de curso), a voltarmos a enviar mensagens pelo telemóvel nestas férias e, a escrevermos uns aos outros.
Há laços que nunca se desapertam, podem ficar mais velhos ou lassos , mas , lá estão.
Sobrevivem aos divórcios, às separações, e isso fez-me acordar feliz.

Namorar

A minha filhinha mais nova às vezes está deprimida. Sentadas na pia e no bidé , com a porta da casa de banho fechada, é quando muitas vezes temos conversas grandes, até nos sentirmos consoladas.
Claro, estou cheia de saudades delas, que estão com o pai. A Susana noto, que já está mais natural e espontânea quando fala comigo ao telefone e estão o pai e a madrasta a ouvir. A Madalena ainda tem muito receio de nos pôr zangados, um com o outro , com alguma frase que ela possa proferir. Pudera eu milagrosamente e instântaneamente retirar-lhe todas estas angustias. Mas , pelo que sei, vai levar o seu tempo.

Antes de partir ela disse, "vê lá mãe não arranjes mais namorados, já chega".

É a avó , minha mãe, que lhe transmite de forma pungente/abnegada esta noção de que a mãe é boa, mas...uma perdida.

Eu expliquei-lhe. Minha querida, a mãe não quer casar e ter filhos, quer um companheiro, um amigo, um amante, um homem que goste dela e de quem eu goste. Ora , filha, só namorando é que vou saber!

Senão, seriam os nossos pais a escolher os nossos companheiros e não haveria este risco e expectativa de enamoramento.
Mas o enamoramento é formidável. Estamos felizes, felizes, e essa felicidade espalha-se e motiva e ajuda ao encontro de soluções para problemas.

E ela, a minha querida filha foi apanhada encostada a um belo rapaz da sua idade, 9 anos, com as carinhas juntas a jogarem a Nintendo. Eu e a irmã, entreolhámo-nos e sorrimos, de dentes à mostra, uma à outra, encantadas com um quadro tão meigo.
Também a Su já experimentou a cor, o sabor, a força, o voar do amor. A razão de tudo.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A supremacia

Um homem de nickname JPAUCORTEZ, está no meetic. Diz que é licenciado, tem uma grande bagagem e rápidamente dá o nº de telefone e quer tomar um café. Esta rapidez já demosntra uma exaustão própria de quem é compulsivo.
Estive vai não vai, mas não fui, porque ele não "ouvia" apenas repetia maquinalmente, vamos tomar café, o meu nº caso tenhas esquecido é o ....

Um dia uma amiga minha também o conheceu no chat do meetic. Encurtando, ela começa a namorar um antigo amigo, mas claro, como tudo que ainda se delineia nos inícios, não deixava de falar com quem queria e lhe apetecia quando estava sózinha.
Mas este JPAUCORTEZ, continuava a insistir que queria sair com ela. Ela decide que não, que está bem com quem está e, que não lhe apetece conhecer mais ninguém, apesar de o rapaz ter uma foto muito bonita.
Um dia recebe um email a dizer que foi vista no BBC, acompanhada, vestida de preto, e que ele na próxima vez que a encontrasse, se iria aproximar dela. Ela respondeu-lhe, disse, que isso não se fazia. Ele respondeu, a dizer que ia contar tudo ao namorado dela sobre as conversas que tinham tido. Ela respondeu que o que havia entre ela e o namorado não tinha nada a ver com essas mesquinhices , que ele fizesse o que entendesse. E então, um dia , no pára brisas o carro do namorado aparece um envelope, com as cópias dos registos do msn e dos emails que tinham trocado. Ou seja, ele, nessa noite do BBC, seguiu-os.

Hoje ela já não namora, pois nestas ocasiões se revelam os mariquinhas, caso do namorado dela.
Por isso foi bom, o mau que lhe aconteceu.

Mas, lendo esta história, muitos homens pensam : ah ela deu-lhe trela, é bem feita. Ah, ela achava que com as suas conversas a chamar à razão o maluco, o ia convencer. Que pretenciosa. Ah , o namorado recente fez bem. Tinha que saber se nos escritos havia algum teor de flirt.

É este sentimento de supremacia que corre no sangue de muitos homens. Eles vão ao meetic, dão-se com loucas, ordinárias, dão asas à sua liberdade, estão até sempre offline no msn, mas, mas, mas, mas, é diferente!
Uma mulher com quem querem namorar , tem que ser diferente. Recatada, linda, inteligente, só produzir ciúmes qb controlados pelo homens a dose, como e quando e, quando andam com eles, deixar imediatamente todos os meios de comunicação de meetic, match, facebook , etc.
Quanto a eles, é diferente!! Eles, lá contiunam. Sabe-se lá a fazer o quê.

Quanto a mim, acho muito bem que lá continuem, nem me interessa. Desde que eu também lá possa estar à vontade, sem controlos ou críticas, quanto ao meu comportamento e carácter. Desde que não peçam a análise da SIDA. Quando neste assunto se quer seriedade, a meu ver, devem ir os dois, ao mesmo tempo fazer as análises da SIDA.

O respeito tem que ter o mesmo nível. Não há sub tipos de escalões.

Nesta história não tenho qualquer dúvida de quem é o agressor e de quem é a vítima.

O mau venceu o bom? Não. O mau ajudou a acelerar os maus fígados do bom a virem à garganta.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Manter a lucidez

Há um telemóvel de um colega meu que toca como aqules telefones antigos a que se dava à roda o manípulo, dos filmes de gansters, altíssimo. Há um outro que tem um tlm que simula um grito de terror como nos filmes de Hitchcock e depois faz priiiiiii, priiiiiiiii, priiiiiiiiiiii, altíssimo. A minha colega do lado grita em vez de falar. Primeiro porque é surda e gritar dá-lhe segurança. Depois gritando chama toda a atenção sobre si.

O estômago arde-me porque comi sumo de melancia com café? Nunca me acontece. Mas, neste momento não sei que hei-de induzir o vómito ou aguentar.

Não me apetece trabalhar. Hoje deveria ainda fazer mais 2 passagens do modelo matemático para um estudo em Matosinhos e é tão chato que nem me apetece. E completar uns quadros muito chatos só com referências e números. Porque, o que interessa é questionar a área com quem tenho interface para percebermos melhor como funcionamos. Mas os chefes não querem. Senão, o que sobra? As dicas que dão , as suposições que fazemos cheios de entusiasmo, certos de um rasgo de inteligencia, acabariam.

Cada macaco no seu galho ? Ou seja , não interfiras no meu trabalho que eu também não interfiro no teu? Não saibas muito sobre ele, pois podes descobrir alguns erros? E dar propostas para o melhorar?

É como o facebook. Como o blogue. Expomo-nos muito. Mas é isso que queremos. Queremos o feed back, o eco, a comunicação.

Queremos fazer parte de um grupo e de vez em quando brilhar sózinhos.

Quando comecei a escrever ninguém me via. Mas eu escrevia. Porque gosto muito.
Sonhava. Um dia um gajo ou uma gaja de uma editora, lêem isto e vão querer-me para fazer uma coluna numa revista ou jornal. Como aquela desgraçada de O Sexo e a Cidade, que tem um cabelo maravilhoso.

Vou-me embora.

Está na hora, Nita. Tal como a Zé, de As Mulherzinhas, de entregares os teus manuscritos, sobretudo os que escondes na gaveta do teu quarto. E também a voz. Perguntar nos olhos a alguém de direito. Sobre teatro já sabes.

"Com amor para as minhas filhas", escreveu a certa altura Pearl S. Buck que escreveu dezenas de livros.
A última coisa que peço a todas as mulheres que lerem este borrão: as mulheres de uma forma geral, mesmo em casamentos onde o sexo é praticado e é bom, depois de terem filhos, têm uma responsabilidade e trabalho acrescido de 95% em relação ao que tinham. Por favor, casem ou vivam com um homem por amor, mas, SÓ , e SOMENTE se, esse homem colaborar em TODAS as tarefas a 50%.
É sobretudo por causa disto ( apesar de todas as outras causas que conhecemos) que há divórcios. E o divórcio custa muito . Em muitos aspectos.

Só continuo a perguntar todos os dias, como é possível , ela ter morrido?

sábado, 20 de março de 2010

Gafanhoto , meu filho....

A Susana para a semana faz dezassete anos. Está numa fase louca, gira, aluciante, delirante, de amores grandes, de pura sensualidade e sexualidade. De afirmação. De identidade. E de procura. Essa ainda a tenho eu. E as outras também um bocadinho. Isto é viver bem. As coisas boas da infância e adolescência não têm que acabar completamente.

Bom, mas o que me surpreendeu foi o que ela me disse, de um sopro, com uma voz firme e forte, algo aguda, depois de eu dizer:
- "Filha eu não gosto do António. Sei que sofreste verdadeiramete por ele, e já sabes como são esses namoros com distância física. Não são viáveis. Tens que procurar um rapaz que tenha uma relação contigo que seja viável!"

Tinha sido esta a minha última lição e conclusão da vida. E veio ela e abalou tudo :

- "Não quero saber disso para nada. Se tu gostas dele , ou não. E não gosto que fales do António. O que eu sei é que o amo , ele também, e apesar de termos outros namorados , ainda nos amamos e assim vai ser por muito tempo".

Ficou um silêncio grande no carro. Até as amigas se calaram.

Senti tanto orgulho dela. Tanto. Mas tanto.

Também senti do 19,6 a Matemática, do 18,5 a Inglês do 16, 6 a Biologia , do 18 a Filosofia, do 17,8 a Físico Químicas. Não tanto da desarrumação, do barulho, da falta de delicadeza com que me trata, do falar alto a protestar. Mas, mesmo nessas alturas a adoro.Embora seja firme , muitas vezes e a obrigue a obedecer.

Mas, o que me faz ficar cheia de amor e , com uma vontade de lutar e viver para que a possa sempre ajudar a ser mais feliz e a disfrutar do amor que temos de mãe e filha, é este carácter dela, esta personalidae, esta adultez. Esta fé no amor.

Concordo contigo filha.
Eu também não me descarto de quem amo, apesar de se ouvir hoje dizer, tem que se ir para a frente, ser positiva , o que passou passou. Eu não consigo perceber esse método da esponja. Com quem nunca gostámos, é fácil. Agora, com quem gostámos, acho impossível.

Podemos , claro, ser felizes e viver bem na mesma, sem a respectiva presença física.
Mas continuando a amar.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Posso?

Ontem tive uma conversa interessantíssima com Susana, na qual me pedia para pôr um piercing na língua. O problema da psicanálise é que percebi logo o porquê da conversa. Continuo a acreditar no Freud e, no Júlio Machado Vaz. Nunca utilizo a psicanálise de uma forma manipulativa. Mas desta vez utilizei. Estava com muiiiiito sono.

A Madalena, a mais nova também ainda me deu um "chá" de boas maneiras. "Ó mãe tu dizes obrigada ou obrigado?. "
_"Acho que se deve dizer obrigada se se for mulher mas eu uso os dois conforme me sai."
-"Ai, eu para os amigos é thank's".

Depois disto, ralada, porque o meu gato está doente e não lhe vejo melhoras, pensei numa conversa que tinha tido com a mãe do Bruno.

Depois de mais duas confirmações de separação e de vida de casal como dois irmãos, ela disse que tinha falecido a bisavó paterna do Bruno.

Contou-me que tinha chorado muito e que as colegas a criticaram duramente "uma médica a chorar por uma bisavó paterna que já tinha 98 anos?"

Percebi a desilusão dela e falámos em sintonia.

Hoje parece que fica mal chorar. No emprego, pode ser um emprego que fica em causa. De uma desilusão de amor....que horror!. Já não se usa. Mastiga e deita fora. Se falece alguém que nem é da nossa família, mas a quem queremos mais do que os da nossa própria família....não é de bem! "Controla-te" dizem-nos, "estás toda vermelha, antes assim do que ter ficado estropiada".

Até com as minhas filhas, engoli lágrimas com dificuldade e muito esforço. Fiz bem. A noite e o carro sempre foram os meus locais de culto.

Mas agora que são mais crescidas, no outro dia foi mesmo à frente da mais velha. "Ò mãe!". Ó filha comovi-me! Isso é condenável? É até por uma coisa bonita! Isso é condenável?

Deixem-nos chorar. Somos gente. Com sentimentos. Não somos criaturas robotizadas, programadas, eficientes, rotinizadas, laváveis, inquebráveis, sem barulho e com garantia de durabilidade.

E lá por ter 98 anos? E então? Onde está o respeito , a conseideração , o tributo a quem foi bom para nós? Também não se podem contar histórias dessa pessoa. É tétrico.

E pode pegar-se. É peçonha.

"Então tudo bem?"
"Tá, tudo bem!".
Instruções para Subir uma Escada : 1/Dez/2008
"Ninguém terá deixado de observar que frequentemente o chão se dobra de tal maneira que uma parte sobe em ângulo reto com o plano do chão, e logo a parte seguinte se coloca paralela a esse plano, para dar passagem a uma nova perpendicular, comportamento que se repete em espiral ou em linha quebrada até alturas extremamente variáveis. Abaixando-se e pondo a mão esquerda numa das partes verticais, e a direita na horizontal correspondente, fica-se na posse momentânea de um degrau ou escalão. Cada um desses degraus, formados, como se vê, por dois elementos, situa-se um pouco mais acima e mais adiante do anterior, princípio que dá sentido à escada, já que qualquer outra combinação produziria formas talvez mais bonitas ou pitorescas, mas incapazes de transportar as pessoas do térreo ao primeiro andar.

As escadas se sobem de frente, pois de costas ou de lado tornam-se particularmente incômodas. A atitude natural consiste em manter-se em pé, os braços dependurados sem esforço, a cabeça erguida, embora não tanto que os olhos deixem de ver os degraus imediatamente superiores ao que se está pisando, a respiração lenta e regular. Para subir uma escada começa-se por levantar aquela parte do corpo situada embaixo à direita, quase sempre envolvida em couro ou camurça, e que salvo algumas exceções cabe exatamente no degrau. Colocando no primeiro degrau essa parte, que para simplificar chamaremos de pé, recolhe-se a parte correspondente do lado esquerdo (também chamada pé, mas que não se deve confundir com o pé já mencionado), e levando-se à altura do pé faz-se que ela continue até colocá-la no segundo degrau, com o que neste descansará o pé, e no primeiro descansará o pé. (Os primeiros degraus são os mais difíceis, até se adquirir a coordenação necessária. A coincidência de nomes entre o pé e o pé torna difícil a explicação. Deve-se ter um cuidado especial em não levantar ao mesmo tempo o pé e o pé).

Chegando dessa maneira ao segundo degrau, será suficiente repetir alternadamente os movimentos até chegar ao fim da escada. Pode-se sair dela com facilidade, com um ligeiro golpe de calcanhar que a fixa em seu lugar, do qual não se moverá até o momento da descida."

"Madalena Lourenço"

Partiu, sem se poder despedir, em 13 de Novembro de 2009. Com 21 anos.
Gostava dela sem a ter visto. Quando passava pelas papelarias ou sítios que tinham coisas sobre arquitectura, lembrava-me sempre dela. Vi algumas das suas fantásticas maquetes.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

:-)

Escrevo porque quando descubro algo tenho que pôr cá para fora como que a ajudar a consolidar-se o espontâneo interior.
Estou pronta para o amor.

Choro quase todos os dias. Isso preocupa-me porque não sabia a extensão dos meus sentimentos. Nem sei bem ainda. Sei que são verdadeiros.
Bem , são todos verdadeiros. Outrora chorei baba e ranho completamente tresloucada por ter pedido uma paixão. O mais estranho é que fazia tudo para que não desse certo. Houve um que queria casar comigo, e era um autêntico modelo. 9 anos mais velho , e completamente tarado.

Chorei muito, mas hoje percebo entre chorar uma paixão que se perdeu de um homem que era uma fraude e de outro com quem se contruiu uma relação com alegria, amor e dedicação.

Há uns meses, chorei muito, gritei muito , dentro do carro, porque me rói a dor que sinto por saber a dor que ele tem. E depois é tão díficil. Quem me dera poder falar-lhe alto, discutir, seduzir, mas.....depois lembro a dor e só tenho vontade de abraçá-lo. E de chorar. E de calar. Por respeitar.
Deixem-me fugir. Mas não quero. Saber isso tranquilizou-me.

Entretanto uma coisa sucedeu, que me tornou melhor, pela primeira vez em muitos anos.
Namorei muito e muitos e a todos traí.
Sem remorsos, pois não havia compromissos.

Posso gostar de mais que uma pessoa ao mesmo tempo? Acho que sim. Mas é só com uma delas, que se segue, juntos.

Não acredito na vida para além da morte. Mas que perduramos no tempo, o exemplo que tivemos , a experiência de vida com essa pessoa e o amor que sentimos, demos e recebemos dessa pessoa.
Sei que o amor que temos é inato.
Não é pelo facto de não ter recebido amor dos meus pais que não consigo senti-lo por outras criaturas. Sabendo isto, descoberta mais importante que qualquer poço de petróleo, podemos desenvolvê-lo, multiplicá-lo, distribui-lo, espalhá-lo e recebê-lo.

:-)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O não-compromisso.

Ah! Irra! Até que enfim!.
Ouvi o Júlio Machado Vaz de raspão na rádio e à medida que eu respondi às questões da Inês, o Júlio respondia ou em cima ou emparelhado às minhas respostas.
É esta coisa do não compromisso que me encaganita!!
Do, "manter a minha liberdade"!!
Pois , caneco, eu também gosto de ter alguma liberdade, mas, detesto esta época em que vivemos. É a sociedade individualista, egoísta, hedonista ( como eu odeio esta palavra) e não se querem compromissos.
Não. Não falo em pedidos de namoro ou de casamento. Isso, LOL, nem pensar! Que careta!
Eu , revolto-me é que já nem se pode abrir a boca e dizer se gosto ou não. Se estou apaixonada ou não.

É o não compromisso dos afectos!!!!

Não ! E Não!
Direi e expressarei o que sinto.
Se ouvir, "cuidado não te apaixones por mim" ou " estou numa de hedonista, de liberdade", ouvirei ( :-)), mas vou sentir-me cansada.
Porque não passam de palavras ocas. Desesperadas. De gente adulta. Mas que ainda não está bem na sua maturidade. De quem não quer viver em plenitude.

De facto, ao comprometer-me, não posso comprometer-me com outra pessoa , é certo.
Mas assim também não construirei nada. Nem com essa pessoa, nem com outra.
É tão bom adquirir intimidade. E vê-la crescer e cimentar. Não há nada melhor.

Embora para a maior parte das pessoas, esta intimidade ou privacidade implica perda de poder , de controlo.
Batatas!

Isso é que é viver. E amar.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Canção Per Beth

Ai , que bom, ai que bom.
Botas pretas, brilho a couro, cano bem alto e salto alto e grosso.
Gangas compridas só a deixar ver o bico das botas.
Beijar-te.
Uma busa sexy um colar comprido, de metal.
Comprar um puff de couro castanho ou preto, quadrado ou circular.
Estar unida a ti.
Comprar um soutien desgraçadamente picante e umas cuecas que não são cuecas.
Poder cheirar-te.
Ver um homem bonito a olhar-me com admiração.
Fingir que te vou dar uma palmada e tu encolheres-te a rir.
Puxar a minha filha pela rua abaixo e ela a rir , quase sufocada, a adorar.
Sentir a tua voz macia e doce comigo.
Encostar-me à umbreira do quarto e fazer sorrir sem ela querer, a minha filha mais velha.
Ver como arrumo bem a casa, como é acolhedora e funciona.
Ver tantas coisas que te quero comprar e não comprar nada.
Abraçar um gato ou um cão de encontro a mim e sentir a paralisação de prazer do bichano.
Dar-te o teu queijo favorito.
Sentir-me corar quando um galã me dá a mesa de um restaurante para mim e para as minhas filhas.
Rir-me ao rir com alguém que ri de alguma borrada que fiz.
Apertar-te, querer segurar-te.
Eu já não era tua, agora também não sou.
Foi-se a minha privacidade : dantes saía da minha para ir para a nossa.
Agora saio da minha para não ir para a nossa.
Ouvir as tuas convicções, já entarmeladas pelo álcool.
Olhar os teus olhos, à procura de algo onde se prendam, numa tecla, num fio de fumo, como a uma tábua um naúfrago, que sem ver a costa se pergunta se se deve deixar ir, escorregando, ou ficar fincando os dedos.
Estremecer a ouvir-te, a pensar que nem sonhas nem imaginas como estou a gostar de ti naquele momento. E nada dizer.
Ai, que bom, ai que bom.
Pensar em cada um dos meus amigos.
Querer correr para o pé deles.
Telefonar-lhes.
Escrever-lhes.
Quero aprender a cantar.
Ai, que bom, ai que bom..........

Canção Per Elisa

Aproximo-me de ti , os meus olhos por vezes não te conhecem.
A distância desfoca, mantém a aura, o mistério.
Os meus olhos não se dão com os meus ouvidos.
Ouço e não gosto, e o que vejo é tão bom.
Logo a seguir o que vejo, desanima, mas o que ouço ao ouvido, leva-me aos pulos pela rua fora.
E a mente, porque não se coordena com os olhos e com os ouvidos ?
Que cansaço, ter que "ver" com a cabeça.
Ó mente!
Ou mente.
Ou desmente.
Não sei o que me alimente.
O amor que dou plenamente.
Fico plena, embora haja aperto na boca do estômago e o coração palpita.
Ou o que recebo ( recebo?) quase imperceptívelmente?
Fico com fome, quero sentir o estômago, atiro comida pela boca adentro.
Quero perguntar, quero retorquir, quero estar ao mesmo nível, mas sou mantida sempre à distância.
A distância varia consoante a situação impôe.
Amiga.
Amante.
Amiga.
Amante.
E assim por adiante, sem haver coragem.