sábado, 20 de março de 2010

Gafanhoto , meu filho....

A Susana para a semana faz dezassete anos. Está numa fase louca, gira, aluciante, delirante, de amores grandes, de pura sensualidade e sexualidade. De afirmação. De identidade. E de procura. Essa ainda a tenho eu. E as outras também um bocadinho. Isto é viver bem. As coisas boas da infância e adolescência não têm que acabar completamente.

Bom, mas o que me surpreendeu foi o que ela me disse, de um sopro, com uma voz firme e forte, algo aguda, depois de eu dizer:
- "Filha eu não gosto do António. Sei que sofreste verdadeiramete por ele, e já sabes como são esses namoros com distância física. Não são viáveis. Tens que procurar um rapaz que tenha uma relação contigo que seja viável!"

Tinha sido esta a minha última lição e conclusão da vida. E veio ela e abalou tudo :

- "Não quero saber disso para nada. Se tu gostas dele , ou não. E não gosto que fales do António. O que eu sei é que o amo , ele também, e apesar de termos outros namorados , ainda nos amamos e assim vai ser por muito tempo".

Ficou um silêncio grande no carro. Até as amigas se calaram.

Senti tanto orgulho dela. Tanto. Mas tanto.

Também senti do 19,6 a Matemática, do 18,5 a Inglês do 16, 6 a Biologia , do 18 a Filosofia, do 17,8 a Físico Químicas. Não tanto da desarrumação, do barulho, da falta de delicadeza com que me trata, do falar alto a protestar. Mas, mesmo nessas alturas a adoro.Embora seja firme , muitas vezes e a obrigue a obedecer.

Mas, o que me faz ficar cheia de amor e , com uma vontade de lutar e viver para que a possa sempre ajudar a ser mais feliz e a disfrutar do amor que temos de mãe e filha, é este carácter dela, esta personalidae, esta adultez. Esta fé no amor.

Concordo contigo filha.
Eu também não me descarto de quem amo, apesar de se ouvir hoje dizer, tem que se ir para a frente, ser positiva , o que passou passou. Eu não consigo perceber esse método da esponja. Com quem nunca gostámos, é fácil. Agora, com quem gostámos, acho impossível.

Podemos , claro, ser felizes e viver bem na mesma, sem a respectiva presença física.
Mas continuando a amar.

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