domingo, 22 de abril de 2012

Wiiiiiiiiiiiiiii :-(

O pai diz para a filha. Então o que tiveste nos anos?
-Uma Wii pai , uma Wii!
Xiii! Uma Wii. Olha filha o pai não tem dinheiro para te dar uma prenda desse nível.
Responde a criança para o pai mas assumindo desta vez a forma de pai a falar com a criança:
- Eu sei pai, eu sei.

Ninguém saberia disto se não fosse a criança ficar a matraquear no que se passou, a criar um caroço na garganta, uma revolta surda. Até que a olhar para as nuvens do céu , como se não tivesse a mínima das mínimas importâncias, conta a um adulto. Já agora deixa ver o que esta diz.

E de facto, por muito que a arrelie o adulto, tem a mesma opinião que ela. O pai dela tem uma Wii. não faz sentido o que lhe disse. E comprou um computador novo para ele, mais um telemóvel, mais tecnologias para o jardim, mais o LCD para a cozinha....

Claro que o pai não sabe que a Wii foi comprada em 2ª mão. Nem imagina. A dele foi concerteza comprada em 1ª.

O pai dela tem razão. A Wii tem nível. O pai é que não.

O fôlego

Dei por mim a pensar num amigo nosso que quando se aproximava a hora da refeição se sentia ansioso se não era logo servido.
De facto há estados de grande ansiedade em pessoas gordas ou até que já foram gordas e também claro em hipocondríacos. O pânico começa a apossar-se, os suoresas tonturas, ai que é hipoglicemia, ai que vou cair, ai que barraca vou dar, ai qu enem consigo tomar atenção à conversa, ai que tenho que me sentar, ai vou fugir..e o pânico começa a ganhar.
Sei bem o que isso é.
Imagine-se estas pessoas naqueles programas onde se é atirado para uma ilha ou para o meio de uma tribo africana.
É impensável.
A não ser que, mais do que mantimentos, a mochila levasse Xanax.
É.
Como se explica que no meio de uma fome avassaladora, que se pega ao estomâgo, que dá socos, vontade de vomitar, de ir à casa de banho, de fugir, fugir, toma-se um Xanax e...
Tudo bem? Senta-te um bocadinho. Demora sempre. Oh , mas vale a pena. Queres ir ao café ao lado tomar uma imperial e uns tremoços enquanto esperamos.
O que é incrivel é que esperamos às vezes uma hora e a fome? Esqueci-me dela!
Então bolas, o que é uma droga? É o comprimido que tomamos ou é/são as partidas que o nosso cérebro vai buscar a situações de sobrevivência em que estivemos no limbo e ninguém se antecipou a tapar essa falta?


As festas dos miúdos

Não gosto das festas de anos que são das 16h às 18.30h.
Parecem-me obrigações sociais ou mais assertivamente obrigações filiais , chatas, mas que, caso não ocorram podem ser denunciadas pelos filhos.
Lembro-me perfeitamente de não ter aquelas festas, que nem me lembro a que horas entrava e a que horas saía,  que rebuscávamos as casas todas, ficávamos a conhecer todos os esconderijos, nem ligávamos muito à comida, tal era a excitação.
Os bolos eram quase sempre feitos em casa.
Lembro-me de as salas estarem sempre è meia luz, e às vezes via o pai ou a mãe ou ambos sentados sózinhos, à espera que tudo acabasse ou ainda a receberem a família.
Havia muitos quintais e jardins, isso é verdade. Havia pracetas  sem carros. Jogava-se às escondidas, ao lenço, ao mata com o ringue e às vezes um pai extraordinário punha um filme da infância da criança e todos de boca aberta , olhávamos sem perceber, pois se não estávamos numa sala de cinema. Punham as fotos a mexer?
Os presentes eram preciosos, livros que nunca tínhamos visto, ou ouvido falar, perfumes bien être, que se compravam na drogaria , nem me lembro. E havia música, um gira discos, e muita vergonha em dançar à frente dos pais.
Havia um rapaz que caía e tinha que ir para casa, um que deixava cair uma pedra em cima do pé, outra que tirava a peruca à mãe para que todos ríssemos. Eram os anos 60 e 70, não havia guerra, nem pobreza, mas aconteciam já tristes histórias, em muitos lares , histórias que só entendemos passados 30 anos, histórias que só ouvimos e percebemos o alcance da tragédia, passado tanto tempo, ouvidas algumas em 1ª mão.
Histórias que, se eu tivesse percebido ou sequer sabido , ou querer saber, me poderiam ter ajudado muito.
Isto faz-me lembrar a anorexia.
Tenho uma desconfiança muito grande.
É certo que há a publicidade.
É verdade.
Mas lembro-me de ter usado anos e anos a fio camisolas a tapar o rabo porque a minha mãe um dia me disse, "tens um rabo tão grande filha". Isso não me fez anorética. Fez-me ser outra coisa. Mas podia.
E então pergunto-me se hoje, tal como antigamente, as mães gordinhas, frustadas, já sem formas definidas não atiram umas boquinhas soft deste género , constantemente, e do tipo " come isso, come, depois não te queixes!" e, será este o melhor momento de atenção, de importância, que deram àquele filho?
A mãe ou o pai.

Os 11 anos

Ontem foi a festa dos miúdos de 11 anos. A relação era de 8 raparigas para 3 rapazes. E naquele micro big brother, viu-se a realidade das futuras relações homem -mulher. Dão-se todos muito bem. Falam abertamente de tudo uns com os outros. Os rapazes elogiam as raparigas. Os rapazes choram. As mulheres unem-se. Os homens unem-se. As mulheres unem-se metade com alguma histeria, deitadas no chão, o amor, outras muito positivas desejosas de ajudar e resolver os problemas. Os homens unem-se. Dizem umas asneiras para lhes dar ânimo. E também conseguem. Riem-se e tudo partilham. Quanto aos namoros a realidade é que têm todas as raparigas atrás deles, e hesitam entre as meigas, as divertidas, as directas. Elas não os acham grande coisas. Mas querem-nos. Não se importam de esperar. Eles não as escolherão mas depois o namoro acaba e pode ser que calhe a vez delas. Até na China está o futuro das nossas mulheres?