sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Os buracos negros

Ele acha que o pai o amou "demais".
Esta frase é tão própria de quem é muito carente.... Então ele amou mulheres, umas atrás das outras. O pai levou-o da mãe, dizendo que precisava dele a seu lado como uma muleta.
Ele tirou um curso que o pai desdenhou. O pai entrava no quarto quando ele lá estava com a namorada da ocasião na cama. E sentava-se . E conversava. Depois o pai morreu, como já esperava que cedo sucedesse e, claro com o filho ao pé. Esse filho lá ficou ao vento numa terra detestável a chorar e sem nenhum ombro para chorar. Casou com aquela mulher que nunca desistiu dele. E a família dela acolheu-o como um filho mais. E ele continuou, mulher atrás de mulher, a tentar preencher aquele vazio horrivel. Do tamanho de um buraco negro. Sem fim. Ao mesmo tempo sabe que aquilo não está certo, quer desligar-se da que o acolheu mas não consegue. O medo é medonho. Do tamanho de um buraco negro. Mas durante este tempo todo , esta vida, vai sempre auto violentando-se. Ano após ano, mês após mês, dia após dia. Faz o que não quer , faz o que lhe pedem mas no fundo não gosta. Define-se como hedonista mas vai tendo os enfartes, um atrás do outro, por o corpo não aceita aquela antinatura. Até que vai morrer. Um dia destes. Ou há uma réstia de amor próprio ou então poderia pensar em ser feliz comigo.

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