A minha filhinha mais nova às vezes está deprimida. Sentadas na pia e no bidé , com a porta da casa de banho fechada, é quando muitas vezes temos conversas grandes, até nos sentirmos consoladas.
Claro, estou cheia de saudades delas, que estão com o pai. A Susana noto, que já está mais natural e espontânea quando fala comigo ao telefone e estão o pai e a madrasta a ouvir. A Madalena ainda tem muito receio de nos pôr zangados, um com o outro , com alguma frase que ela possa proferir. Pudera eu milagrosamente e instântaneamente retirar-lhe todas estas angustias. Mas , pelo que sei, vai levar o seu tempo.
Antes de partir ela disse, "vê lá mãe não arranjes mais namorados, já chega".
É a avó , minha mãe, que lhe transmite de forma pungente/abnegada esta noção de que a mãe é boa, mas...uma perdida.
Eu expliquei-lhe. Minha querida, a mãe não quer casar e ter filhos, quer um companheiro, um amigo, um amante, um homem que goste dela e de quem eu goste. Ora , filha, só namorando é que vou saber!
Senão, seriam os nossos pais a escolher os nossos companheiros e não haveria este risco e expectativa de enamoramento.
Mas o enamoramento é formidável. Estamos felizes, felizes, e essa felicidade espalha-se e motiva e ajuda ao encontro de soluções para problemas.
E ela, a minha querida filha foi apanhada encostada a um belo rapaz da sua idade, 9 anos, com as carinhas juntas a jogarem a Nintendo. Eu e a irmã, entreolhámo-nos e sorrimos, de dentes à mostra, uma à outra, encantadas com um quadro tão meigo.
Também a Su já experimentou a cor, o sabor, a força, o voar do amor. A razão de tudo.
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