quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Susana

Gosto como és. Leal. Gosto que não sejas como a carneirada. que não aches normal e aceitável que um rapaz que acabou há pouco tempo de dizer que te amava vá agora dizer a uma amiga tua que a acha boa.E como tu fostes dizer a ele que não querias que ele fizesse aquilo. Primeiro porque gostavas de saber que ele te amava e acreditavas nisso. Depois disseste-lhe que mesmo não o amando gostavas e sentias-te bem por ele te amar.Que franqueza. Pode parecer aos olhos dos adultos egoísmo mas é exactamente isto que toda agente sente.E o mais importante de tudo foi que disseste que acreditavas naquilo que ele te tinha dito. "Via-se que falava verdade".Adoro-te Susana. Não tens vergonha de ser e mostrar o que sentes e de o dizer.Gosto como és. Lúcida.Tu disseste, " se ele fizer isso vai fazer com que eu e a minha amiga nos zanguemos e afastemos e, nisso estamos as duas de acordo -não somos tão gananciosas dele como somos da nossa amizade".És muito recta. Ás vezes ,meu amor, irritas-te por eu estar alegre e bem disposta quando achas que por respeito a quem está triste me devia chegar e sentar e encostar e estar calada e curtir a tristeza do outro e senti-la.Mas eu dou todo o meu carinho bem disposta, porque por dentro sei que aquele problema vai passar, fruto da minha experiência.De qualquer forma vou tentar ter mais tacto. A minha impetuosidade e entusiasmo às vezes tornam-me irreflectida e bruta.Li anteontem uma coisa de um autor que por acaso não gosto, mas, que resume na perfeição muitas pessoas que conheço e que conheci e que nunca soube definir : ""um pessimista militante não é mais que um ganancioso envergonhado"".A nós as duas só nos descreve um adjectivo : militante.Sabemos e acreditamos que a maioria das pessoas é assim. Por isso somos felizes.Amo-te com tanta força, que produzo mais força.É com uma reacção catalítica.Hoje quando te ouvi dizer " quando for mãe, quero dizer, Deus queira que seja, gostava de ser, nunca hei-de comparar um filho a outra pessoa", a propósito de humilhações feitas pelos pais de uma amiga, vieram-me as lágrimas oas olhos com tanta força como tivessem posto pimenta dentro do meu nariz.É que, querida, eu com a tua idade nem pensava nisso, era inaceitável, seria uma afronta à minha mãe, que se proclamava a melhor mãe do mundo. Sendo assim, como poderia uma filha ousar ser tão boa ou melhor mãe que ela. Como é que uma rapariga de 14 anos com total falta de auto estima sabe lutar contra a inveja e desequílibrio da mãe se nem sequer sabe o que é isso?Mas aos 28 anos ganhei estima por mim. E desse amor fez-se a tal reacção catalítica e aos 30 anos consegui ter-te. Foste fruto de um amor que nunca se repetirá, que foi o amor mais bonito que já existiu entre duas pessoas naquele período das nossas vidas.Bem hajas.

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