Como eu gosto de ti filha.
Vejo a tua batalha diária da adolescência e tenho pena de ti. Deve ser muito aterrador este "ter" que deixar de ser criança, criada, ajudada, levada, para passar a "ser" adulto, resolvido, organizado, opinado, responsabilizado.
Às vezes choro quando me estropias com palavrões e ataques contundentes, que aparecem quando menos espero, e sobre temas que nem suspeitava.
Encho-me de raiva , pela injustiça, tenho vontade de te bater, de te fazer sair do carro, mas depois acalmo-me, e falo contigo. Ríspida, séria, mas tentando ser clara.
Mais tarde apercebo-me, depois de tentar esmiuçar o que será que tens contra mim, se é muito grave ou não, apercebo-me dizia eu, que tens medo. E fico doida de saudades tuas, vontade de ir a correr beijar-te e abraçar-te.
Acho que queres que nada me aconteça, que eu seja excelente em tudo, porque é ainda em mim que se calhar mais te apoias. Depois, quando te zangas comigo , é talvez a altura em que te sentes ainda mais agarrada a mim, mais dependente. Assustas-te e zangas-te.
Pela frequência das crises, estás 50%/50%. Para 16 anos , estás bem filha! Força. É mais díficil com os pais separados, mais cansativo talvez. Há expectativas redobradas, multiplicadas.
Mas ontem, à noite, falámos e rimos e até deixaste eu encostar-me um pouco a ti na cama. E falaste , falaste e eu deleitada... e eu tb falei e tu riste e fizeste perguntas. Era meia noite é certo, mas fomos dormir felizes, porque naqueles momentos vivemos o presente com prazer.
E acho eu, que tu também, te deitaste com a certeza de que o nosso amor é eterno e ...bom.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário