É aqui que me posso esconder e é aqui que me posso encontrar. A minha amiga escreveu, "se não tiver cuidado, não cuidarei de mim". Desta vez foi ela que escreveu. E bolas. O que chorei. Tenho descurado de mim.Tenho falta de alguém que goste de mim. Que venha quando digo que me sinto só. Que converse comigo quando vê as minhas mensagens.
Mas quando começo a analisar os namorados que tive, de facto nenhum deles é merecedor de mim.
Um vive de noite, impacienta-se, precisa da tv, do cigarro, da música e do computador sempre acesos a toda a hora. Esse é o melhor. O mais verdadeiro. O mais desapegado. Mas muito conservador. Como a maioria dos homens. Ele tem muitas mulheres, mas uma mulher ter muitos homens....hum hum.
Outro, gosta só de raça africana. Eu ...fui um engano. Mas desse engano vieram projectos, de casa, vida de casal. Taras.
Outro, o mais bonito, apesar de não ser muito alto, o mais educado, delicado e romântico. Partilhávamos conversas, jantares e cinemas. Tenho muitas saudades. Até que o sexo estragou tudo. As conversas tornaram-se vulgares, insuportáveis, as confidências ordinárias.
O que mais se entranhou em mim, relega-me para segundo plano. Apesar de gostar de mim, manipula-me suavemente, sem me querer perder. E eu a ele.
O meu namorado está por aí, jovial, alegre, forte, alto, bonito, amante de boas gargalhadas, de olhar brilhante, sorriso enternecido, e olha-me francamente com um sorriso que mostra a força do desejo que tem de me abraçar, dar a mão ou beijar suave e longamente.
E eu, estou por aqui.
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