quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Ooooopss!
Lá fora a bruma, os carros contrariados a avançar. O vento assobia nas caixas dos estores.
Nós, dentro de casa mal falamos. O frio é muito. Custa despir os pijamas, custa lavar-nos , custa vestirmo-nos. As roupas estão frias.
O gato não pára de miar e quando tropeçamos nele lançamos um impropério surdo.
A nossa cabeça mantém -se baixa enquanto revemos todos os objectos que temos que levar.
Adeus, até logo mãe. Até logo filha. Havia tanto a falar com ela. Mas eu sei que só sairiam respostas tortas e secas. É melhor esperar pelo regresso a casa.
A minha Madalena sempre sorridente é a que dá alegria. Sorri, expectante.
Vamos filha, digo eu depois de lhe arranjar a lancheira e de pôr uma gema de ovo no gato pois não tinha mais nada.
-Mãe, ontem tive um pouco de medo aqui em casa enquanto não chegavas. Mesmo com a Susana e o gato.
-E os vizinhos? Não sentes que podias bater a qualquer porta aqui do prédio se precisasses?
- Ó mãe, à vizinha de cima?
-Sim , claro.É muito boa pessoa e ajudava-te logo.
- Mas ó mãe ela é maluca.
- É maluca , mas é boa pessoa.
A porta do elevador abre-se e saímos.
Pendurados na caixa da luz, estão umas cuecas fio dental de renda e um soutien transparente de renda preta e cor de rosa.
- Ó mãe olha isto!!! Ihihihihihi!
Sem falar, enfio-os rápidamente dentro da minha mala.
A Madalena olha para mim de olhos arregalados.
- Poisssss, devem ter voado da nossa varanda.
Raios, não devia ter saído do carro tão precipitadamente ontem à noite. E usar um saquinho para a próxima.
Ai, ai, ai ,ai, estou agora lembrar-me , a Susana saiu antes de mim..... raios!
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
A Galp
Fiquei outra vez muito orgulhosa como cidadã portuguesa por ver uma fábrica nossa e cheia de trabalhadores. Pelo feito de engenharia, de tecnologia e humano que representa.
Sei que hoje hà boicotes à compra de combustíveis em postos Galp.
Não vale a pena. A única forma de luta seria andarmos de comboio e metro. Que são a electricidade.
Há também um meio de transporte de que ninguém fala que é o avião que anda a Jet. É a Galp que o produz.
Bom, há dois assuntos a discutir.
Um é que nós precisamos de combustíveis para viver.
A partir de agora deixamos de ser deficitários de gasóleo em Portugal e passamos inclusivé a poder exportar grandes quantidades de gasóleo ( já exportamos muita gasolina).
Dois é a do preço. Concordo que poderiam haver preços mais baixos. Teríamos menos margem, mas paciência. Qual seria o "justo" não sei agora dizer. Ou se achassem justo aumentaríamos de forma assintosa o preço do Jet, para podermos ter gasolina e gasóleo mais barato. Parece-me justo. E a vocês? O que a TAP iria achar já era diferente. Teria que aumentar de uma forma assintosa os bilhetes de avião. O que acham preferível? Não viajar de avião tantas vezes e mais de carro , ou vice versa?
Não claro, o que queremos é tudo mais barato, o Jet, o gás, a gasolina e o gasóleo. Mas há um pequeno proquiquó.É que enquanto países sem petróleo no seu terrritório já há décadas quo o exploram e produzem noutras partes do mundo, nós , portugueses só há muito poucos anos damos o primeiro passo na exploração do petróleo.
Que, como sabem, AINDA não temos.
Havemos de o ter, bem como as energias alternativas, para que a eliminação da utilização de combustíveis fósséis seja gradual.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Os filmes porno
Tem hoje 19 anos.
Quando tinha 18 anos um amigo meu foi à feira erótica e à segunda vez lá conseguiu ser fotografado com ela quando a rapariga tinha ainda 18 anos. Na altura ela trazia vestidas uma cueca e um vestido de malha de rede a deixar ver os seios. Tirou uma foto de joelhos em cima de uma mesa e o meu amigo a abraça-la pela cintura. Ele tinha 47 anos. Actualmente com 48 anos foi novamente à feira erótica e mostrou embevecido no FB uma nova foto dele com a Erica. Ela já só com uma sainha de pregas e voltada para ele e já muito encostada. Ele radiante.
Eu gostava que alguém me explicasse como é que um homem que tem uma filha a entrar na adolescência tem orgulho numa foto deste tipo que inclusivé pode ser vista pelos filhos.
Quando vi a foto só me apeteceu resgatar a rapariga. Pensei : se ela com 18 anos já se sujeita a isto tudo , quando teria começado? Com 13 ? Que vazio. Que falta de amor próprio. Aguentará à custa de drogas? Quem tem esta rapariga que se interessa por ela? . Quem cuida dela?
Mas , o pior para mim, foi ter gostado desse amigo e, ver ali, o indesculpável, à minha frente.
As invejosas II
Fiquei de olho rasado de água quando o homem do 1º caso apresentado dizia como a amava. E que era ela que o fazia continuar a viver.
Mas, depois sou franca fiquei muito desgostosa quando filmaram a senhora em grande plano e aparecia um buço enorme. Acho horrível e de muito mau gosto a quem estava a filmar.
Continuei à espera, falou um rapaz que está a fazer um estudo na Universidade sobre os homens portugueses que tomam conta das companheiras incapacitadas e......qual não é o meu pasmo e só há UM caso mostrado. É é isso mesmo que estou a dizer....não mostraram nenhum caso mais!!!
Só o da Sra, Teodora ou Isadora ou Dora, que nem o nome se entendeu bem. Também quero acrescentar que neste caso, neste único caso, também apareciam umas MULHERES. Aquelas que iam dar-lhe banho. E não só.
O meu pai também já toma conta da sua esposa. Se não fosse ele, ela não viveria como vive. Mas ela não tem Alzeihmer. Felizmente. Quantas estarão a ser tratadas com desvelo por homens sem nada poderem dizer como aquele caso degradante que eu própria vi, de uma tia do meu ex marido que vivia que nem um animal, "tratada" pelo seu filho. E nunca se queixava. Ele , o filho não a tratava mal. Simplesmente nem a tratava. A família nada fez. A casa cheirava muito mal. Horrivelmente mal.
Mas a minha mãe desde pequena que me ensinou a entrar dentro da casa dos necessitados e a ajudar.
Eu também quis pôr a mão na massa mas, não me deixaram, porque o filho ficaria fulo e não deixava. Acho que recebia um xis por tratar da mãe. Não queria que ninguém tratasse dela. Até as visitas eram malvindas.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
O Processo
"Então mas é tudo feito no forno, e cozido, não faz mal".
Depois de confessar que comia mais comida pré cozinhada e doces eu disse toda contente:
"Tás a ver? Nós cá em casa , somos pronto, assim, gordinhas mas comemos muita salada, fruta, e nada de sobremesas"
Uma voz fez-se então ouvir.
"Ouve mãe, estou farta. Farta que nos definas como 'gordinhas', nos definas assim para os outros de fora. Foi no dentista, "lá em casa somos míopes", foi com o zé no outro dia, olha tira essa última costoleta que nós somos anafadinhas e tu não és". Chega! Não tens nada de nos inferiorizar no sentido de te fazeres vítima. Como se fossemos umas pobres coitadas. Se TU és gorda di-lo mas não nos metas no mesmo saco!
Eu abri a boca e fui resmoneando , justificando, ora, pois se eu pensasse que isso era mau, nem dizia, etc, mas parei.
"Tens toda a razão filha. Não há justificação para eu fazer isso em conversas. Desculpa. A partir de agora não quero nunca mais dizer isso".
E tinha toda a razão. São fantasmas antigos. Medos de invejas. Porque o que eu quereria dizer é, nós alimentamo-nos bem, apesar de não sermos magrinhas, comemos muito bem. Talvez a quantidade pudesse ser menor.
Mas na verdade, acho que somos lindas.
Mas cada uma à sua maneira. Não vos posso meter no mesmo saco que eu.
Ao mesmo tempo, quando digo estas coisas, estou a livrá-las de culpas e a pô-las para mim. Mas tens razão. Não há razão. Nem para me culpar ou culpar seja quem for ou, para nos minimizar com medo de invejas.
Obrigada Susana por teres tido a abertura de me confrontares.