quinta-feira, 30 de junho de 2011

Isabel Maria Pinto Coelho

E pronto , é só isto. Um velório, uma missa, uma missa de 7º dia e sais da minha vida. digo minha porque não sei a dos outros. quando te coonheci tinhas um homem, deste-me a tua simpatia e alegria, e contavas as saidas de fim de semana, os cozinhados , as férias na Europa , África, Médio Oriente e, em segredo mostraste-me o tal nosso colega em todas as fotos. Dezoito anos , vim eu a saber, embora não vivendo juntos diáriamente.
e aquela família africana, cheia de filhos, da qual "adoptaste" a Michela? Onde estavam? Não os vi.
E o teu homem? Assim que ficaste doente, começou a dar desculpas e a desaparecer ?
É certo. Eu também já te evitava um pouco no final. Não ouvias e tossias sem misericórdia.
O que podíamos falar? Vivias hora a hora. Já não era um dia de cada vez. Mas não te quero esquecer. Para isso tenho a minha cabeça, uma ânfora qu eme deste na sala e uma grande e fôfa rena com guizos no meu quarto.
Quero também uma foto tua. Eras muito bonita, mas não entendo que raio de vida e de muros construíste que no fim , só os colegas te homenagearam.
Lembro-me de todos os conselhos que me davas sobre os hoemens e sobre a vida. Eu pedia-tos e ouvia.
Lembro-me de um dia muito horrivel, em que o homem que eu amava, me telefonou a soluçar alto da morgue onde jazia a filha de 21 anos acabada de falecer. Tu aproximaste a cara da minha e disseste num tom que não admitia réplica. "Controla-te! Deixa-te disso imediatamente. Pior era se ela tivesse sobrevivido e ficasse aleijada para o resto da vida". Achei isso tão cruel. Mas acalmou-me. Estava ano local de trabalho e compreendi-te.
Tu no fim dizias, " queixar-me ? porquê? não, há gente que está muito pior que eu". Porque as viste e sabias.
Um abraço muito grande. Fico com o teu sorriso , o teu riso , a tua elegância e o copo de plástico onde bebeste água ainda está no meu carro. Bem hajas por tudo o que me proporcionaste e também à Michela . Que ela nunca te esqueça e tenha a sorte que lhe desejaste.

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