quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Os 48 anos

Olá. Olá. Olá.
Estou a ler 4 livros em sinultâneo. A Amizade do Alberoni o Viver todos os dias cansa do Pedro Paixão e depois dois livros sobre o futuro : um é azul e tem uma nave espacial e outro é uma completa explicação à lei de Murphy. Um espectáculo.

O meu trabalho tem sido esgotante mas ao mesmo tempo um prazer porque estou num ambiente calmíssimo e pude disfrutar dos meus colegas que ficaram de uma forma realmente amiga.

Para a semana vou voar com as minhas filhas. Tenho medo mas estou cheia de adrenalina e isso aos 48 anos cada vez é melhor. Quero muito viver para poder continuar a fazer parte da vida delas. Elas merecem tudo.

Desde há 3 anos para cá tenho ido a demasiados velórios.
Ás vezes dentro da quietude do meu quarto, com o meu gato ao lado e a sorrir, com o corpo completamente confortável, pergunto-me quanto é que isto vai durar. Quando é que o meu corpo vai começar a deteriorar-se por dentro sem eu o saber e de repente vai acender a luz de "service" demasiado tarde. É que eu não posso ficar trinclítica. Não me posso ficar nesse estado limbático porque não tenho ninguém para me lavar e ler e nem quero. Preferia morrer dignamente. Acho que nunca suportarei uma quimio. Peço desculpa pelo que escrevi mas estou a ser sincera. Se morrer que seja rápido e de uma vez só. Não tenho ninguém para ir comigo às sessões. Nem quero. Suponho que quando estiver às portas da morte quererei ficar e revoltar-me-ei como nunca. Em relação aos que ficam? Não faço ideia. Mas é da natureza humana. Continuar sempre é o que sabemos fazer sem nunca, durante uma vida, sabermos qual era o ponto a atingir. Talvez seja isto o que é giro na vida. Continuar sempre a procurar. Acordar e "cu-cu" o que será que este dia me reserva?. Mas sem a degradação do corpo por dentro.
Tabém não estou a ficar mais bonita. Mas os rapazes da minha idade também não. De qualquer forma hoje prezo mais as atitudes bem dispostas. Se chegámos até aqui aos 48 sem perder ninguém mais novo, com dinheiro para subsistirmos e com o corpo a levar-nos a todo o lado, inclusivé às nuvens e sem dor, porque haveríamos de ser maldispostos? Só os complexos, a inveja, a imaturidade, a irresolução da infância e adolescência nos poderiam levar ao estado de quezilentos, mas por Deus aos 48 anos , isso já tem que estar resolvido!

Olá. ;-)

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